Cloreto de Magnésio

O cloreto de magnésio é anunciado na internet como panaceia para os mais diversos males. Não há nenhuma comprovação científica de tais benefícios 

Você está tomando cloreto de magnésio? Está se perguntando se deveria? Em uma busca rápida pela internet, encontram-se dezenas de sites, blogs e grupos de discussão em português enaltecendo as propriedades da substância. As listas de indicações do “sal milagroso”, como ele é chamado por seus propagandistas, incluem mais de setenta problemas de saúde – dos mais banais, como um resfriado, aos que ainda impõem desafios à medicina, como câncer, infarto, derrame e depressão. Para uma pessoa saudável e jovem, o sal faria emagrecer, combateria o stress e evitaria “um mal futuro”.  

Por outro lado “Não há nenhum embasamento científico para os benefícios atribuídos à substância. Portanto, se a pessoa não apresentar deficiência de magnésio, não há recomendação médica para que seja feita a suplementação”, afirma a nutricionista Ana Maria Lottenberg, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. 

O magnésio é um micronutriente essencial ao organismo. Está envolvido na produção de energia das células, na ativação de mais de 300 enzimas e na geração de estímulos elétricos necessários ao funcionamento das células cardíacas, musculares e nervosas. Os defensores do cloreto de magnésio chegam afirmar, para vender o sal, sendo este  como panaceia para os mais diversos males, que a maioria da população apresenta deficiência desse mineral, portanto a suplementação seria necessária. A questão é que o magnésio é facilmente encontrado em vários componentes da dieta brasileira, como feijão, banana, leite, ervilha, aveia, lentilha, castanhas e em todas as verduras e legumes. A ingestão balanceada desses alimentos é suficiente para suprir a sua necessidade diária. 

Lista de alimentos ricos em magnésio 

Confira uma lista com os alimentos ricos em magnésio: 

  • Frutas: Abacate, banana e uva. 
  • Verduras: beterraba, quiabo, batata, espinafre e couve. 
  • Grãos e derivados: Granola, aveia, farelo de milho e gérmen de trigo. 
  • Nozes e Sementes: Girassol, gergelim, amendoim, castanha. 
  • Outros alimentos: Leite, soja, peixes, pão, grão de bico. 

São encontradas cerca de 30mg de magnésio em 100g destes alimentos, e para manter uma vida saudável e um bom funcionamento cerebral, os médicos indicam o consumo diário de 400mg de magnésio. 

A falta de magnésio no organismo pode trazer sintomas desagradáveis para o indivíduo como: 

Alterações do sistema nervoso como depressão, tremores e insônia; 

insuficiência cardíaca; osteoporose; pressão alta; diabetes mellitus; tensão pré menstrual; cãimbras; falta de apetite; sonolência; falta de memória. 

A função do magnésio é manter os ossos e os dentes saudáveis, facilitar a transmissão dos impulsos nervosos e regularizar as contrações musculares e por isso em caso de falta de magnésio no organismo as situações acima citadas podem ocorrer. 

Os remédios que podem provocar uma baixa concentração de magnésio no sangue são: ciclosserina, furosemina, tiazidas, hidroclorotiazidas, tetraciclinas e contraceptivos de uso oral. 

Suplementação de magnésio 

Recomenda-se a suplementação com magnésio quando seus valores ficam inferiores 1mEq por litro de sangue ou em caso de contrações uterinas precoces durante a gravidez e em caso de vômitos ou diarréias, pois perde-se muito magnésio desta forma. 

É importante ressaltar que caso haja a suplementação de magnésio durante a gravidez, ela deve cessar às 35 semanas de gestação para que o útero consiga contrair-se corretamente e assim o bebê nascer. 

Em pessoas sem deficiência do mineral, a suplementação de magnésio, na melhor das    hipóteses, é inócua.  

Na pior, as doses extras de magnésio podem causar agressão Hepática (com sintomas como enjôos, vômito e dor de cabeça), Diarreia, Gastrite, Dermatoses, intoxicação Renal.  

Os profissionais da saude garantem que não há necessidade de suplementação com magnésio em indivíduos que tenham uma boa alimentação.